Obra emergencial com barreira de 260 metros entra na fase final para conter avanço do mar no litoral de SP
13/09/2025
(Foto: Reprodução) Obras na estrada de acesso a Barra do Una, em Peruíbe, para conter avanço do mar entram na fase final
Governo do Estado de SP
As obras emergenciais para conter o avanço do mar em Peruíbe, entraram na etapa final e passaram por vistoria da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo (Semil). A visita técnica do governo estadual marca uma nova fase na intervenção, que busca garantir a segurança dos moradores da Barra do Una e preservar o ecossistema da região.
A secretária da Semil, Natália Resende, ressaltou que o objetivo é dar celeridade à obra, que prevê a construção de uma barreira de enrocamento com pedras de até três metros e 260 metros de extensão na Estrada do Guaraú, para proteger tanto a via quanto as casas próximas.
"Nossa prioridade é proteger vidas e preservar o ecossistema, dentro de uma estratégia de adaptação às mudanças climáticas", afirmou após visita na sexta-feira (12), quando percorreu o trecho em obras e conversou com técnicos da Fundação Florestal (FF), da agência reguladora, da Defesa Civil, prefeitura, além de representantes da comunidade local.
Segundo a Semil, as próximas etapas das obras incluem a conclusão do enrocamento, estudos para ações para a readequação da foz do rio Una e o monitoramento contínuo da área para avaliação de soluções complementares que reduzam riscos futuros.
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Avanço do mar e danos causados
O avanço do mar na região tem destruído áreas de restinga, comprometido vias de acesso e colocado famílias em risco de realocação. A erosão se agravou com eventos climáticos extremos e a migração da foz do Rio Una, alterando a dinâmica da costa.
A obra é executada pela SP Águas, agência reguladora de recursos hídricos paulista, e integra o Plano de Adaptação e Resiliência Climática. A mobilização envolve órgãos ambientais, técnicos e representantes da comunidade local.
Antes da instalação do enrocamento, foram realizadas melhorias na Estrada do Guaraú, que dá acesso à comunidade. O trecho passou por nivelamento do perfil, reforço dos acostamentos e compactação do solo, para permitir o tráfego seguro de veículos pesados responsáveis pelo transporte das pedras e equipamentos.
Obras na estrada de acesso a Barra do Una, em Peruíbe, para conter avanço do mar entram na fase final
Governo do Estado de SP
Paredão de 200 metros
Trecho da Praia Barra do Una, em Peruíbe, onde o estado vai erguer um paredão para conter o avanço do mar
Arte g1
O governo estadual construirá uma proteção de 200 metros de extensão na estrada de Barra do Una para conter o avanço do mar e minimizar os impactos da erosão costeira. A perda de areia tem gerado insegurança diária a moradores e pescadores, que temem que as casas sejam engolidas pelo mar.
Segundo o governo, a ação prevê a construção de uma barreira de enrocamento — formada por pedras de grandes dimensões, com até 3 metros de altura — para proteger os moradores e a estrada.
Governo vai construir paredão de 200 metros para conter avanço do mar na estrada da Barra do Una, em Peruíbe
Semil/Divulgação
Ação emergencial
As medidas fazem parte do ‘Plano de Adaptação e Resiliência Climática’, da Semil, que possui um eixo específico sobre a preservação de zonas costeiras.
A mobilização começou no mês passado com a participação da Semil, Fundação Florestal (FF), Instituto de Pesquisas Ambientais, SP Águas, além da Defesa Civil, prefeitura e da própria comunidade. Entenda os pontos discutidos:
Governo vai construir paredão de 200 metros para conter avanço do mar na estrada da Barra do Una, em Peruíbe
Semil/Divulgação
Ação emergencial do Governo de São Paulo: Iniciada para combater o avanço do mar e os efeitos da erosão costeira em Barra do Una, Peruíbe, litoral paulista.
Objetivo da ação: Minimizar a perda de areia e reduzir os impactos causados pela erosão, que afeta moradores e pescadores da comunidade.
Técnicas avaliadas: Técnicos da SP Águas estão avaliando a aplicação de enrocamento (construção de estruturas de proteção com pedras ou blocos de rocha) para estabilizar as áreas críticas.
Estruturação da barreira: Utilização de rochas para criar uma barreira que ajude a frear o avanço da água e a degradação do solo.
Causas da erosão na região?
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Segundo o governo estadual, pesquisadores atribuem as causas da erosão costeira na região à migração da desembocadura do Rio Una do Prelado para o norte, levando em consideração que barras de rios são dinâmicas e estão em constante mudança.
Os pesquisadores também acreditam que a ocorrência de eventos climáticos extremos, nos últimos anos, intensificou o processo erosivo em um trecho da praia.
De acordo com moradores, o mar continua destruindo as restingas, que são vegetações típicas das regiões costeiras e protegem as praias da erosão - perda de areia.
Famílias
Avanço do mar destrói restinga e preocupa moradores de comunidade no litoral de SP
O governo de São Paulo informou que um dos objetivos principais da ação emergencial é proteger quatro famílias que moram na área e enfrentam o risco de realocação devido aos perigos causados pelo avanço do mar, que já atingiu a via de acesso de algumas residências e ameaçou postes de energia.
Para recomposição das estruturas, foram adotadas outras medidas emergenciais, como uso de material rígido para reforçar as vias de acesso. No entanto, as marés altas dos últimos dias deslocaram esse material para a faixa de areia.
Agora, a prefeitura está realocando os insumos para assegurar a recomposição dos acessos enquanto outras ações de mitigação são implementadas com apoio da Fundação Florestal.
Considerando os estudos de batimetria [técnica de medir a profundidade de corpos de água, como rios, mares e oceanos] e monitoramento com drone RTK de alta precisão, técnicos da SP Águas avaliam a possibilidade de desassoreamento dos canais estuarinos e da foz do Rio Una, que migrou para o norte em decorrência da dinâmica natural dos cursos de água e da formação de um esporão arenoso.
As medidas buscam realinhar o curso do rio e reduzir a pressão erosiva sobre a margem esquerda.
Governo de SP realiza ação emergencial em Barra do Una, em Peruíbe (SP)
Semil/Governo de SP
Fundação Florestal – Reserva Ecológica Juréia-Itatins
A Fundação Florestal atua no monitoramento e na gestão ambiental da região há cinco anos. A equipe coleta dados para compreender o processo erosivo e planejar intervenções eficazes utilizando drones que captam imagens aéreas detalhadas.
Além disso, a comunidade local também participa das ações ativamente, pois os moradores reportam as alterações significativas, especialmente após ressacas marítimas.
A Fundação ainda implementa soluções baseadas na natureza para diminuir a energia das marés e proteger a vegetação de restinga. Em novembro de 2024, por exemplo, houve o cercamento com bambus, que demonstrou resultados positivos ao proteger a vegetação.
Segundo o governo estadual, os trechos sem essa proteção sofreram maiores impactos durante eventos climáticos no início de dezembro de 2024.
Paralelamente, a instituição está elaborando um ‘Plano Comunitário de Adaptação à Erosão Costeira’ para definir diretrizes e ações permanentes para o enfrentamento sustentável do problema.
O plano, que contará com estudos técnicos e a experiência prática acumulada no local, é realizado com o Conselho Deliberativo da Reserva Ecológica Juréia-Itatins e com a participação da comunidade, do poder público e de pesquisadores.
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