Júri de falso médico acusado de matar paciente cardíaca é remarcado para 2026

  • 01/11/2025
(Foto: Reprodução)
Falso médico já tinha condenação na justiça O júri popular do falso médico acusado de matar uma paciente cardíaca em 2011, que aconteceria no final de outubro em Sorocaba (SP), foi remarcado para fevereiro de 2026. Fernando Henrique Dardis está preso e responde pela morte de Helena Rodrigues. Segundo a decisão do juiz Emerson Tardeu de Camargo, a nova data para o julgamento será o dia 26 de fevereiro de 2026. O julgamento, inicialmente marcado para a última quinta-feira (30), foi cancelado pela Justiça depois que uma testemunha do caso faltou. Em 2011, Helena Rodrigues o procurou com sintomas de infarto. Achava que estava diante de um profissional da área da saúde, mas após a consulta em um hospital da cidade, foi diagnosticada apenas como tendo dor nas costas. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 SP no WhatsApp Fernando Henrique Dardis, que se identificava como "doutor Ariosvaldo" e a atendeu naquela ocasião, prescreveu remédios para aliviar a dor lombar. No dia seguinte, depois de ser medicada, a mulher teve uma parada cardiorrespiratória e morreu em casa. Após a polícia descobrir a farsa de Fernando, ele foi considerado culpado pela morte de Helena. Mas para não ser responsabilizado por homicídio na Justiça, inventou outra mentira em janeiro de 2025: afirmou que estava morto. Com a descoberta da nova fraude e a confirmação de que Fernando está vivo, o julgamento dele foi marcado. O falso médico e falso morto seria julgado por homicídio por dolo eventual (quando se assume o risco de matar). Fernando responde preso pelo crime pelo qual foi acusado pelo Ministério Público (MP). Foi detido em junho deste ano depois que o Fantástico revelou a história. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) também apura o caso. O falso médico Fernando Dardis responde preso pela morte de Helena Rodrigues Reprodução/TV Globo Falso médico Em 2011, Fernando trabalhava como médico na Santa Casa de Sorocaba, onde usava o nome de outro profissional e era conhecido como "doutor Ariosvaldo". "As queixas que ela tinha, pelo que eu vi, eram vômito e dor abdominal", chegou a dizer o falso médico sobre Helena, durante interrogatório em 2024 à Justiça, na fase da audiência de instrução, que precede o julgamento (veja no vídeo abaixo). Fernando deu um diagnóstico errado: a paciente apresentava dores cardíacas, mas ele concluiu que ela estava com dores nas costas. "A queixa dela não tinha nada a ver com parte cardíaca, naquele dia", disse ele. Fernando também reconheceu que Helena tinha problemas no coração quando a atendeu outras vezes. "Eu reparei que ela era uma paciente cardíaca. Ela tava com falta de ar." Investigação: Fantástico descobre paradeiro de homem que simulou a própria morte pra fugir da justiça Ele também é réu por homicídio pela morte de outra paciente que atendeu, Therezinha Monticelli Calvim. Fernando ainda não foi julgado por esse caso. Sete jurados começarão a decidir o futuro do acusado nesta quinta. Eles votarão se Fernando deve ser condenado ou absolvido pela morte de Helena. Se for punido, poderá receber uma pena que pode oscilar entre 12 e 30 anos de prisão. A sentença será dada pelo juiz. Fernando tem 39 anos, mas chegou a dizer que era mais velho, quando usava um documento com outro nome para manter a farsa de médico. No registro, que tem sua foto, informava ter nascido em 1974, o que também é mentira. Falso médico usou sua foto com o nome e CRM de Ariosvaldo, profissional da área, para exercer ilegalmente a medicina em hospital (à esquerda). Ao lado aparece RG com o verdadeiro nome dele: Fernando Henrique Dardis Reprodução De acordo com a polícia, o número do Conselho Regional de Medicina (CRM) que ele usava era de um profissional verdadeiro. Com ele, conseguiu assinar mais de 200 declarações de óbito de pacientes _ isso não significa, no entanto, que Fernando seja responsável por todas essas mortes, já que médicos costumam confirmar mortes de pessoas atendidas por colegas. Mas Fernando nunca foi clínico-geral, o que agrava sua situação. Ele chegou a cursar até o sétimo semestre de medicina, mas abandonou o curso sem concluí-lo. O próprio Fernando admitiu às autoridades que fingiu ser médico entre 2011 e 2012. E nesse tempo em que exerceu a profissão ilegalmente, acabou condenado pela Justiça por falsidade ideológica. Disse ter pego documentos do médico verdadeiro sem o conhecimento do profissional quando fazia faculdade de odontologia e teria estagiado num centro hospitalar em Guarulhos, onde o verdadeiro Ariosvaldo trabalhava. Falso médico era conhecido como 'doutor Ariosvaldo', mas usou nome de outro profissional para trabalhar ilegalmente Arquivo/Polícia Civil Para dar mais credibilidade ao personagem que criou, Fernando também colocou a foto na carteira de identidade de Ariosvaldo e pegou o currículo do verdadeiro médico como sendo seu. Providenciou ainda um carimbo com o nome e CRM do profissional. A fraude foi descoberta após denúncias de pacientes e familiares que procuraram as autoridades. A equipe de reportagem não conseguiu localizar Ariosvaldo para comentar o assunto. Nesse período em que trabalhou como falso médico em Sorocaba, Fernando jamais usou o nome verdadeiro. Batizado como Fernando Henrique Guerreiro, ele resolveu retirar o último sobrenome e adotou no lugar Dardis, que é da sua família paterna. Essa alteração foi feita legalmente. Morte forjada Site e documento da prefeitura informam que houve troca de nomes de quem foi enterrado no cemitério de Guarulhos. Antes era Fernando Dardis, depois um idoso Reprodução/Fantástico A Justiça decretou a prisão preventiva de Fernando em maio a pedido do MP. O motivo: a Promotoria descobriu que ele havia forjado a própria morte para não ser julgado pelos homicídios das pacientes. De acordo com o MP, Fernando conseguiu um atestado de óbito falso. Segundo o documento fajuto, ele teria morrido por sepse no Hospital Brás Cubas, em Guarulhos. O hospital pertence à família dele. Depois disso, ainda segundo a acusação, Fernando forjou documentos do Cemitério Municipal Campo Santo, em Guarulhos, para informar ter sido enterrado lá. Para isso, colocou no sistema do Serviço Funerário Municipal o nome dele no lugar do de um idoso de 99 anos, que realmente está sepultado no local. 'Estou vivo' Fernando Henrique Dardis, o falso médico, usou RG em nome de Ariosvaldo, médico verdadeiro (compare acima) Reprodução O g1 não conseguiu localizar a defesa de Fernando para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem. Em um vídeo encaminhado por seus advogados ao Fantástico, o falso médico disse antes de ser preso que vinha "a público esclarecer que está vivo" e que agiu sozinho, "em um momento de desespero" (veja acima). "Venho a público esclarecer que estou vivo, que agi sozinho em um momento de desespero. Lembrando que a dona Helena foi atendida por mim, foi internada, passou por mais três médicos e veio a óbito. Eu não aceito por não ter nada no processo que me indique esse crime e desculpa a todos os envolvidos", disse Fernando na gravação (veja vídeo acima). O Fantástico recebeu uma nota da empresa Med-Tour, que não aparece como sócia do Brás Cubas, mas é de propriedade da família de Fernando. Ela informou que os proprietários receberam com surpresa a notícia narrada pela reportagem e negam envolvimento em qualquer irregularidade. Em 2012, Fernando foi condenado pela Justiça por portar distintivo da Polícia Civil e carregar munições em seu carro, mesmo não sendo policial. O caso ocorreu em 2009 em Guarulhos. À época, ele havia dito à Polícia Militar (PM) que encontrou o material em uma mochila e iria entregá-lo numa delegacia.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/11/01/juri-de-falso-medico-acusado-de-matar-paciente-cardiaca-e-remarcado-para-2026.ghtml


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