Falta de vagas para hemodiálise faz com que pacientes sejam internados para garantir tratamento em Campinas
10/03/2025
(Foto: Reprodução) São pelo menos seis pessoas internadas em hospitais do SUS municipal para realizar o procedimento que deve ser feito de forma ambulatorial. Secretaria de Saúde diz que negocia para ampliar vagas na rede. Pacientes da região de Campinas ficam internados por falta de vagas para hemodiálise
A falta de vagas para hemodiálise na rede pública de saúde faz com que pacientes fiquem internados para garantir o tratamento que normalmente é realizado de forma ambulatorial. Em Campinas (SP), são pelo menos seis pessoas enfrentando essa situação nesta segunda (10) no SUS Municipal.
A máquina que faz o papel dos rins e filtra o sangue é, para muitos pacientes com doença renal crônica e grave, a única chance de sobrevivência.
Os seis pacientes atualmente internados em Campinas para o tratamento estão nos hospitais Mário Gatti, Ouro Verde e PUC-Campinas, e um deles é morador de Sumaré (SP).
A EPTV questionou a Secretaria de Estado da Saúde sobre números regionais de pessoas sem atendimento ambulatorial mas não obteve resposta da pasta.
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A médica nefrologista Clarice Zinato Moreira explica que o ideal é que o paciente faça o tratamento de hemodiálise em clínicas, onde possa ter a liberdade de voltar para a casa, sem necessidade de suporte hospitalar, liberando leito e equipe para outros pacientes que precisam do suporte mnédico.
"A cada ano cresce a quantidade de pacientes com necessidade de diálise. No último Censo, mais de 157 mil pacientes em diálise no Brasil, e a cada ano em torno de 40 mil pacientes entram em diálise. É um aumento crescente da necessidade de diálise, e esse aumento a gente não vê na dispobilidade de vagas", diz a médica.
Segundo Clarice, o paciente que permanece internado para a hemodiálise mesmo com condição de alta sofre com inúmeros fatores, como o transtorno psicossocial ou quadro depressivo, além de enfrentar riscos de infecção, trombose ou falência de acesso.
Ivone Mendonça, presidente da associação de transplantados de Campinas e região, diz que o quadro é grave desde 2020, e trata o problema como calamidade pública.
"O paciente tem que ficar internado por meses por falta de clínicas. Pessoas ficam vulneráveis. O que é mais desumano é que todo mundo sabe dessa situação, e não resolve", diz.
Foto de arquivo de pacientes em tratamento de hemodiálise
Reprodução EPTV
O que fazer?
Em nota, a Secretaria de Saúde de Campinas informou que disponibiliza 253 vagas ambulatoriais de hemodiálise no SUS Municipal por meio de convênios con os hospitais PUC-Campinas e Beneficência Portuguesa.
A pasta destacou que no momento está em tratativas para que os dois acordos sejam ampliados, e pelo menos mais 24 vagas sejam ofertadas na Beneficência Portuguesa, mas não informou um prazo para isso.
Já o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Campinas informou que está "empenhado na ampliação de vagas na região, em que 15 unidades realizam procedimentos, e que negocia a ampliação da oferta nas clínicas privadas.
O DRS destacou ainda que trabalha junto ao Hospital de Clínicas (HC) da UNicamp para abertura de mais um turno de hemodiálise.
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