Escritora com paralisia cerebral lança livro sobre dificuldades, preconceito e apoio da família: 'Uni minha paixão pela arte com a inclusão'
20/06/2025
(Foto: Reprodução) Mariana Santana Antiquera, de Alumínio (SP), encontrou uma forma de superar as dificuldades que a paralisia cerebral tentou impor a ela por meio da escrita. Livro 'Um Pouco Mais Que Diferente' será lançado em breve. Mariana transformou as dificuldades em palavras e escreveu obras sobre paralisia cerebral
Arquivo pessoal
Dizem que é em momentos difíceis que nos tornamos capazes de encontrar coisas boas que podem mudar nossas vidas. Foi assim com Mariana Santana Antiquera, de 35 anos, que encontrou uma forma de superar as dificuldades que a paralisia cerebral tentou impor a ela por meio da escrita.
📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp
Ao g1, a moradora de Alumínio (SP) contou como conseguiu transformar os problemas em palavras que emocionam e ajudam outras pessoas e famílias que também passam por isso. Durante a conversa, Mariana contou com a ajuda da inseparável companheira: sua mãe, Gilvete Costa Santana Antiquera, que, emocionada, relatou os feitos da filha.
Gilvete explica que Mariana foi diagnosticada com paralisia cerebral assim que nasceu. "A Mari não recebeu oxigênio suficiente e, por isso, ficou com a doença da paralisia cerebral. Mas eu tinha certeza, desde o primeiro dia de vida, que a minha filha seria uma guerreira e que iria superar as dificuldades", comenta.
Durante a época da escola, Mariana foi mostrando que queria descobrir coisas novas, e, após terminar um curso de marketing, percebeu que poderia fazer mais, usando a arte para divulgar a inclusão.
"Eu consegui unir a minha paixão pela arte com a inclusão. Eu pude explorar locais que antes pareciam difíceis, como a dança, a literatura e a atuação, e, assim, mostrar para outras pessoas que nós também podemos fazer aquilo que a nossa capacidade permite."
Além dos livros produzidos, Mariana participou de documentários, apresentação de dança e filmografia que fala sobre inclusão
Arquivo pessoal
'Um Pouco Mais Que Diferente'
Na literatura, ela vem trabalhando com livros que contam, por meio de personagens, como é enfrentar a paralisia cerebral e o papel fundamental da família em incentivar as pessoas a superarem as dificuldades. Uma dessas obras é um livro que está pronto e será lançado em breve, chamado "Um Pouco Mais Que Diferente".
"Essa obra conta a história da Bia, uma menina que, assim como eu, tem paralisia cerebral, mas que é corajosa em enfrentar a doença. Com muita atitude positiva, ela vai criando novas amizades e combatendo o preconceito", relata.
Mariana lembra ainda de uma situação que viveu: um dia, uma criança ficou observando a jovem na cadeira de rodas. "Veio a mãe dela, puxou ela pelo braço e disse que, se ficasse olhando para mim, iria ter pesadelo. Eu fiquei um pouco triste, mas, depois, pensei que precisava escrever sobre isso e começar a conscientizar as crianças sobre a doença", comenta.
O lançamento do livro ainda não tem data definida, mas a autora garante que, em breve, as pessoas já poderão saber quando e como adquirir. Além do volume "Um Pouco Mais Que Diferente", Mariana tem outro livro pronto e que, em breve, será enviado para a editora: "A Bailarina da Roda dos Sonhos".
Além dos talentos na escrita, Mariana também gosta de dançar tango. Outro talento dela é estar na frente das câmeras. A jovem, inclusive, já participou de documentários sobre inclusão, nos quais ela e outras pessoas contam um pouquinho sobre como é enfrentar os desafios e o preconceito que ainda existe na sociedade.
Livro conta história de menina que supera o preconceito para contar ao mundo como é ser 'diferente'
Arquivo pessoal
Mãe orgulhosa
Com os olhos cheios de orgulho, Gilvete comenta que a filha se destaca desde que ainda era pequena. Sendo sempre curiosa, corajosa e com vontade de aprender, ela não deixou a doença tentar dominá-la.
"Eu sou uma mãe orgulhosa, muito orgulhosa, porque a Mari sempre se destacou na escola. Onde ela passou, ela teve destaque, porque ela é muito curiosa e não tem vergonha. E eu sou premiada, eu posso falar assim, por ter a Mari, porque todo dia ela ensina as pessoas, quem passa por ela. É muito legal", comenta a mãe.
Sempre ao lado de Mariana, a mãe diz que está ativamente vibrando com as conquistas da filha. Em momentos difíceis, as duas e a família estão sempre juntas, quebrando os tabus e vencendo os desafios. As duas estão preparando, ainda, uma palestra que, em breve, querem oferecer ao público sobre superação.
"Eu acompanho a Mari em tudo, em todas as atividades. E, agora, também estamos batalhando para apresentarmos palestras. Já apresentamos os cursos sobre a doença, sobre os cuidados, entre outras coisas. A ideia da palestra dela é incrível, pois vamos ensinar para todos. Penso que a Mari já chegou em muitos lugares onde muita gente quer chegar e não consegue", diz.
Gilvete finaliza lembrando com orgulho do filho mais novo, que, assim como Mariana, desbrava o mundo, morando há dois anos fora do país e buscando seus sonhos.
"Meu filho é mais novo, sete anos mais novo que ela. Também tenho muito orgulho dele. Sempre dei muito mais atenção para a Mari, o que é natural, né? Mas ele se criou, é um cara bacana, bem com a vida. Hoje ele está há dois anos fora de casa, já morou na Nova Zelândia, agora está na Austrália, e se virando, e vivendo nesse mundo gigante e cheio de portas para realizar os sonhos. E ele está feliz também e eu também estou", finaliza.
Confira mais destaques do g1
g1 em 1 minuto: gato mascote da Câmara Municipal de Votuporanga interrompe sessão
Gato mascote da Câmara Municipal de Votuporanga interrompe sessão ao bater em microfone
Grupo Menos é Mais abre última semana de shows da Festa Junina de Votorantim
*Colaborou sob supervisão de Ana Paula Yabiku
Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí
VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM
.jpg)
