Verão no Clima: a missão de manter as praias paulistas limpas e seguras
11/12/2025
(Foto: Reprodução) Ações do projeto focam em manter praias limpas
Divulgação
Com a chegada do verão e o aumento do fluxo de banhistas no litoral paulista, uma preocupação se intensifica: manter as praias limpas e conscientizar a população antes de ir à praia conferir se ela está boa para o banhoÉ nesse cenário que o projeto Verão no Clima assume seu papel fundamental, indo muito além de eventos culturais para focar em sua missão principal: a limpeza das praias e a conscientização sobre como cada ação individual impacta diretamente na qualidade da praia.
O Desafio da Temporada de Verão
Durante os meses de dezembro a março, as praias de São Paulo recebem milhões de visitantes. Esse aumento populacional temporário gera uma pressão ambiental significativa, com o acúmulo de resíduos, descartados de modo incorreto, que vão desde embalagens de alimentos até materiais contaminados como fraldas usadas, preservativos e seringas.
"Todos os anos vamos para as praias para reforçar a importância do descarte correto dos resíduos, de aproveitarmos o verão sem poluir e prejudicar as nossas praias e nossa biodiversidade", explica Natália Resende, secretária da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).
Mutirões de Limpeza: Ação Direta e Educativa
O coração do Verão no Clima são os mutirões de limpeza realizados em cada uma das 16 cidades visitadas pelo projeto. Essas ações não são apenas operações de recolhimento de lixo, mas verdadeiras aulas práticas de educação ambiental a céu aberto. Durante os mutirões, voluntários de todas as idades se unem para recolher resíduos deixados na areia e na vegetação costeira, separar materiais para reciclagem adequada, identificar tipos de poluição mais comuns em cada região e aprender sobre os impactos ambientais de diferentes materiais.
O que é Balneabilidade
Balneabilidade é o termo técnico que define se uma praia está própria ou imprópria para banho – e ela é diretamente afetada pela poluição.
A contaminação acontece de várias formas: aporte de esgoto nas águas do mar e, durante períodos chuvosos, arraste de poluição das cidades para o mar. Esses dois fatores podem aumentar a concentração de bactérias indicadoras de poluição fecal que tornam a praia imprópria para banho.
Educação para Mudança de Comportamento
O Verão no Clima reconhece que a limpeza pontual, embora necessária, não resolve o problema de forma definitiva. Por isso, o projeto investe pesadamente em ações educativas que visam transformar comportamentos por meio de oficinas práticas sobre separação de resíduos, demonstrações do tempo de decomposição de diferentes materiais, explicações científicas sobre impactos na vida marinha e orientações sobre descarte correto em praias.
Cada pessoa que visita as praias têm o poder de influenciar positiva ou negativamente a qualidade do ambiente. O projeto enfatiza que pequenas ações individuais, quando multiplicadas por milhares de visitantes, geram impactos significativos. Entre as boas práticas incentivadas estão levar o próprio lixo de volta para casa, usar recipientes reutilizáveis em vez de descartáveis, participar de mutirões de limpeza locais, denunciar descartes inadequados e educar outros banhistas sobre práticas sustentáveis.
Impacto na Saúde Pública e Monitoramento
A qualidade da água das praias tem relação direta com a saúde dos banhistas. Águas contaminadas podem causar infecções de pele e mucosas, problemas gastrointestinais por ingestão da água do mar, e ferimentos por objetos cortantes descartados inadequadamente.
A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) é parceira do Verão no Clima. O órgão é responsável por realizar o monitoramento da balneabilidade das praias. Semanalmente são coletadas amostras de água do mar, sempre no mesmo local, e na profundidade onde os banhistas costumam ficar, para analisar a poluição presente nas amostras.
Essas amostras seguem para os laboratórios da Cetesb, onde os técnicos analisam a presença de Enterococos e, de acordo com os resultados, a praia recebe uma das duas classificações:
Própria (bandeira verde): quando os resultados estão dentro do padrão de segurança
Imprópria (bandeira vermelha): quando duas ou mais amostras das últimas cinco semanas apresentam mais de 100 colônias de Enterococos por 100 mL de água, ou quando a coleta mais recente ultrapassa 400 colônias por 100 mL
O histórico de cinco semanas é usado para garantir que a avaliação represente uma tendência real, e não apenas uma mudança pontual da qualidade da água do microscópio.
Para saber mais, basta acessar o site da Cetesb e clicar em Mapa da Qualidade das Praias ou baixar o app Cetesb iOS e Android. Resultados Concretos e Responsabilidade Coletiva.
Ao longo de suas edições anteriores, o Verão no Clima já demonstrou resultados tangíveis com toneladas de resíduos retiradas das praias e milhares de pessoas conscientizadas.
O projeto reforça que a preservação das praias não é responsabilidade apenas do poder público, mas uma tarefa coletiva que envolve banhistas e turistas com práticas responsáveis, comerciantes locais com gestão adequada de resíduos, comunidades costeiras engajadas na preservação, órgãos públicos com fiscalização e infraestrutura, e empresas com responsabilidade socioambiental.
O Futuro das Praias Paulistas
O Verão no Clima representa uma mudança de paradigma na gestão ambiental das praias. Ao combinar limpeza direta com educação ambiental, o projeto constrói uma base sólida para a preservação a longo prazo. A meta é clara: praias limpas, águas de qualidade e uma população consciente de seu papel na preservação ambiental. Cada mutirão de limpeza é um passo nessa direção, cada pessoa conscientizada é um multiplicador dessa missão.
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