'Está ficando bem perigoso': por que tradicional corredor comercial de Ribeirão Preto fecha antes de anoitecer
07/12/2025
(Foto: Reprodução) Lojas da Avenida da Saudade não abrem em horário especial de fim de ano em Ribeirão
Felipe Lima é proprietário de uma loja na Avenida Saudade, nos Campos Elíseos, um dos maiores e mais tradicionais bairros de Ribeirão Preto (SP). Mas, diferente de outros comerciantes, para ele, manter o estabelecimento por mais tempo em funcionamento nem sempre é um bom negócio, principalmente por causa da insegurança do lugar em que ele está.
Instalado quase no fim de um quarteirão que fica vazio ao anoitecer, ele prefere fechar as portas com medo dos assaltos, inclusive no fim de ano, quando o comércio de rua no Centro, em contrapartida, está aberto até mais tarde e repleto de atrações, luzes de Natal e clientes.
“A nossa região aqui está ficando muito deserta à noite, então está ficando bem perigoso ficar até mais tarde, principalmente quando começa a escurecer. O nosso quarteirão aqui é um dos últimos do meio do comércio da Saudade e começa a ficar muito deserto, a gente começa a ficar com um pouco de medo”, diz.
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Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) informou que tem ampliado as estratégias de combate ao crime em Ribeirão Preto, com inteligência policial, tecnologia e inovação e que, com isso, ajudou a reduzir as taxas de roubos e furtos entre janeiro e outubro deste ano.
"A SSP segue investindo na modernização das estruturas, no fortalecimento dos patrulhamentos e na resposta rápida às demandas da população, garantindo a continuidade da queda dos indicadores e o aumento da sensação de segurança na região. A pasta reforça a importância do registro do Boletim de Ocorrência para que os casos sejam devidamente investigados", comunicou.
Avenida Saudade tem lojas fechadas à noite por causa de insegurança em Ribeirão Preto (SP).
Reprodução/EPTV
Vazio e perigoso
Importante trecho da zona norte de Ribeirão Preto, a Avenida Saudade já foi um dos principais corredores comerciais da cidade, mas, com a expansão urbana e o abandono ao longo dos anos, perdeu público para outros locais, principalmente pela associação do endereço ao risco de roubos e furtos.
De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP/SP), foram mais de 1,7 mil ocorrências entre janeiro e outubro deste ano, com uma média de 40 vítimas por semana, na região do 2º Distrito Policial, onde fica a avenida.
“Tem acontecido alguns roubos de celular, então as pessoas têm um pouco receio até de sair com o celular. Para a prática de pagamento com Pix, porque não tem o celular, isso inviabiliza um pouco a gente poder ficar um pouco até mais tarde pra atrair os fregueses”, afirma o comerciante Leandro Maciel de Melo”, que também prefere encerrar o expediente mais cedo.
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Segundo ele, além de mais policiamento, é preciso um trabalho maior de divulgação e de atração de clientes para a região, a fim de melhorar o movimento e a sensação de segurança, principalmente à noite.
"Não é só segurança, mas publicidade. A própria via não está tendo iluminação própria para atrair o público. Acho que a nossa segurança, se tivesse público, a gente poderia até patrocinar. Com a falta de público fica muito difícil."
O comerciante Paulo Cavalcanti reforça a necessidade de policiamento e mais ações para atrair pessoas para a Avenida Saudade. Além disso, é preciso pensar no bem-estar e a segurança viária dos pedestres.
"A Avenida Saudade, antigamente, era uma avenida muito bem referenciada, conhecida. Seria melhor algumas políticas para fazer a população voltar a andar a pé aqui novamente. É uma avenida hoje que está com uma velocidade muito alta [dos carros], corredor de ônibus", diz.
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